A TURMA B DA QUARTA SÉRIE GINASIAL
- Eu já fui “pivete”

No ano de 1972 estudei a quarta série ginasial no Colégio “Avertano Rocha”, turma B, turno da tarde, tinha 16/17 anos, era o ano do “sesquicentenário da independência”. O ano letivo começou e não demorou muito para ser convidado por colegas da turma a participar de um grupo de estudo. Antes, porém, fazer um breve relato com relação ao ano anterior quando participei de dois grupos de estudo. Um formado pelo JORGE FERREIRA, RONALDO VALE e ÂNGELA CASTRO, na sua casa desta aconteciam os encontros, localizada na rua Siqueira Mendes, próximo ao trapiche. O outro grupo se reunia sempre na casa da FERNANDA, que residia na rua Santa Isabel, em frente ao Cemitério e participavam a REGINA LOUREIRO, INEZ SANTA BRÍGIDA, NAZARÉ ROMÃO,
Voltando ao ano de 1972, após ser convidado, de imediato passei a participar do grupo que já era formado pelo EDVALDO SABINO, EMANOEL DAMASCENO “pê ou pavãozinho”, BECKMAN, WALTER, depois o grupo foi crescendo e ainda participaram entre outros FRANCISCO DAS CHAGAS “cacau”, RAIMUNDÃO, RONALDO VALE, FRANCISCO “Chicão”, JOSÉ LUIZ COHEN e AUGUSTA MACÊDO. A reunião acontecia na casa do EDVALDO SABINO onde tinha um barracão exclusivo para estudos. Pouco tempo depois passamos a nos reunir no coreto que existia em frente a Igreja São Sebastião, localizada a rua Siqueira Mendes esquina com a travessa Pimenta Bueno e as reuniões passaram a ser e muitas vezes de segunda a segunda. É bom frisar que naquela época não se falava em orla, restaurantes e passeios por lá, era vazio o local.
 Nossos encontros se davam após as 21 horas, saíamos juntos com destino ao coreto e chegando no local, dependendo da matéria que íamos estudar, ficávamos espalhados nos bancos da praça e no coreto ou neste, todo grupo, quando o assunto obrigava. Depois de algumas horas reunidos dávamos um tempo nos estudos e saíamos para comprar pão para o lanche, sempre na padaria da “Casa Batista” que ficava na rua Manoel Barata próximo a travessa São Roque, onde hoje fica “Americanas”, mas, não era só isso que acontecia.
Na ida para comprar o pão o EDVALDO, ao passar na frente da casa de alguma pessoa que ele conhecia e que não era do seu agrado, mandava a gente correr e jogava pedra no telhado, o arremesso era certeiro, o grupo já estava na disparada enquanto ele fazia o seu objetivo. Entre os alvos tinha a casa do Atana, como chamávamos um traficante de drogas, bem como de um certo professor, até a casa do cunhado dele entre outros. Não tinha um dia que esse fato não acontecesse. Ocorria, também, de bater em certa mercearia(taberna) lá pelas 02hs ou 03hs da madrugada e gritar bem alto: “padeiro”, o maior alvo a mercearia do “Seu Joca”, que ficava na esquina da rua Coronel Juvêncio Sarmento com a travessa Itaboraí e as pernas funcionavam na maior carreira. Acontecia os postes constantemente ficarem sem luz na rua, a pedrada era certeira, poucas lâmpadas resistiam ao ataque das pedradas.
Ficam aqui registrados dois fatos marcantes entre tantos das travessuras durante o tempo livre no intervalo dos estudos. O primeiro diz respeito ao fato de que naquela época as eleições ocorriam no dia 15 de novembro e no ano de 1972 o Dr. Tourinho, médico famoso em nosso distrito, bem como no meio esportivo, que foi médico do Paissandu, veio a candidato a vereador e foi eleito, o resultado saiu próximo ao final do mês de novembro. Quando ocorreu o resultado estávamos estudando no coreto e aproximadamente 00hs saímos de bicicleta pelas ruas de Icoaraci, amarradas umas latas no fio e puxadas pelas bicicletas, gritando alto o nome do Tourinho, tendo como destino a birosca do “Verequete”, ele mesmo, o “Rei do Carimbó”, que ficava na Rua Dois de Dezembro, entre a travessa Pimenta Bueno e a passagem Santa Rosa, tinha o melhor peixe frito. Eu ia na frente, seguimos pela travessa Cristovão Colombo, hoje Lopo de Castro, depois pela rua Dois de Dezembro e, logo passando a Pimenta Bueno eu grito “Tá! Olha o Patrulhão”, ou seja, a polícia estava na birosca do “Verequete” e todos erámos de menor. Paramos e tomamos a decisão de seguir em frente. Chegando no “Verequete” os policiais estavam bebendo pinga e saboreando o famoso peixe frito. Não perdi a parada, solicitei três peixes e duas doses de pinga. Na volta, retornamos para o coreto, sem, antes, porém, o EDVALDO jogar pedras em duas casas, entre elas a do cunhado dele. O pior ainda estava por vir. No coreto o EDVALDO insistia para irmos embora, mas, alguns não queriam, pois, tinha colega que precisava tirar 3 para passar na disciplina que estávamos estudando, enquanto outros já estavam passados. De repente o EDVALDO pegou um pedaço de pau e jogou rumo ao casarão que fica na esquina da travessa Pimenta Bueno com a rua Siqueira Mendes, errando o alvo e atingindo a rede elétrica, apagando a luz por uns dois minutos e quando retornou o pessoal da “Clínica Santo Antônio” veio para rua e incontinenti tomamos o rumo de nossas casas, evidente sem passar em frente a clínica.
Outro fato aconteceu na época da festividade de “Nossa Senhora Das Graças”, que acontece no mês de novembro. Numa reunião decidiram, eu não estava, furtar rojões antes de terminar a missa que acontece todos os dias durante a festividade. Fiquei sabendo do que ia acontecer e iria participar, como participei. Na época a Augusta Macêdo fazia parte do grupo e em algumas oportunidades nos reunimos na casa dela, que ficava em frente a igreja matriz. No dia do feito, quando cheguei o primeiro ato do espetáculo já havia acontecido, ou seja, pegaram os rojões antes de começar a missa. Agora, a segunda parte onde soltar os rojões. A decisão como primeiro plano era na casa de uma certa cabeleireira que tinha fama de fofoqueira, mas, devido o horário não foi possível e soltamos lá no Cruzeiro.
Chegou o final do ano, com méritos fomos todos aprovados para cursar o ensino colegial, cada um seguiu seu rumo escolhendo o curso que fosse do seu agrado que existiam naquela época. Quem pretendesse cursar ensino superior como medicina, odontologia cursava o CB(ciências biológicas). O curso de CH(ciências humanas) ficava para aqueles, como eu, optasse no ensino superior Direito, Letras, História entre outros. Já os que pretendiam ingressar no ensino superior, especificamente para cursar Engenharia, Arquitetura, Matemática e outros, ficavam no curso de CE(ciências exatas). Ainda existiam outros cursos para quem saia do ensino ginasial como pedagógico, destinado a quem ao final seguisse ao magistério para o ensino primário(alfabetização a quinta série). O curso de técnico em contabilidade que é o braço direito do contabilista, atua, assim, como um auxiliar do contador.
Finalmente a vida de estudante e de “pivete” que passou naquele ano ficou para trás, depois muitos seguiram o ensino superior chegando a universidade e receberam seus diplomas, FERNANDA chegou a antiga Faculdade de Ciências Agrarias, hoje UFRA, formada em Engenharia Florestal, notícia de que reside em Macapá. JOSÉ LUIZ COHEN, após o ensino colegial chegou a PETROBRAS onde veio a aposentar, reside em Icoaraci. JORGE FERREIRA, ANGELA CASTRO e FRANCISCO “Chicão”, juntos fomos fazer o curso de CH no Colégio “Magalhães Barata” no ano seguinte. JORGE depois do curso se dedicou ao ramo empresarial e hoje é conhecido como o “Salvador do “lar”. ANGELA ingressou na UFPA, cursando história, casou e mora em Belém. “Chicão” morava na rua Manoel Barata próximo a travessa Itaboraí, não chegou a terminar o curso de CH, sempre avistava em Icoaraci, mas faz muito tempo que não tenho notícias. RONALDO VALE, depois do curso ginasial ingressou no CIABA, cursando Marinha Mercante, no dia da formatura em 1981, após o baile,     retornando para sua casa envolveu-se em um acidente de trânsito, o carro que dirigia colidiu com a traseira de um ônibus, conseguiu chegar na sua casa, no dia seguinte sentiu dores no abdômen, foi hospitalizado e depois de 25(vinte e cinco) dias veio a óbito. Era irmão do FRED VALE( tabocão, fundo de quintal ). EMANOEL DAMASCENO, pê ou pavãozinho, assim chamado em razão do apelido de um irmão mais velho (pavão), residia na Itaboraí em frente o cemitério, após o curso ginasial foi cursar técnico em contabilidade no Colégio “Magalhães Barata”, na UFPA cursou Ciências Contábeis, ingressou no Banco do Brasil, saiu no PDV(plano de demissão voluntária), voltou a vida de contador. FRANCISCO DAS CHAGAS “Cacau”, já falecido, residia na Passagem Paes de Carvalho, ligado desde jovem aos movimentos católicos, diplomado em Psicologia pela UFPA, defensor e militante do partido dos trabalhadores, chegou ao cargo de Agente Distrital de Icoaraci no primeiro governo do prefeito Edmilson Rodrigues. EDVALDO SABINO, residia na travessa São Roque entre rua Quinze de Agosto e rua Coronel Juvêncio Sarmento, irmão do saudoso professor de desenho EVALDO, seguiu fazendo CE, ingressou na UFPA em 1976 no curso de Engenharia Civil e diplomado, exercendo a profissão de engenheiro civil, passou a residir em Boa Vista(RR), amante de Cuba, inclusive colocou   o nome de seu filho de FIDEL. WALTER morava na travessa Cristovão Colombo, hoje Lopo de Castro, próximo a Cigana, sobrinho do  conhecido “Constâncio”, é formado em medicina, com especialidade em cirurgia plástica, notícias de que tem um sítio na Estrada de Mosqueiro.              AUGUSTA MACÊDO tinha residência na rua Padre Júlio Maria em frente a igreja matriz, depois do ensino colegial ingressou no Banco do Brasil e por diversas vezes nos cruzamos nas dependências da agência centro do banco. RAIMUNDÃO e BECKMAN após o ensino ginasial nunca mais tive notícias. Outros colegas daquela turma e que não participavam do grupo de estudo seguiram no ensino superior e aqui faço destaque para LOURDES AIRES, hoje minha vizinha, formada em pedagogia. ELIANA PENA, ingressou na UFPA e chegou graduar-se em ciências contábeis. MARIA DO CARMO DA LUZ e AUGUSTA PROTÁZIO, fizeram o curso de LETRAS na UFPA.
FIQUEM COM DEUS


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